quinta-feira, 23 de abril de 2009

“amor platônico - intensa afeição que não inclui sentimentos carnais” - (segundo http://www.priberam.pt/default.aspx)

Por Fernando Lopes – 30-03/2008 (VALEU POR TE-LO GUARDADO LICÁÁÁ!!!)

Um gole na cachaça, após meu pedido à maravilhosa banda que estava tocando mandasse um Hendrix ter sido atendido, foi o suficiente para despertar a besta residente em mim. Mas meu outro lado bateu o pé no chão:
- Não!
A besta, obviamente, não se conformou:
-Que?
-Não!
-Não o caralho!
-Só se você me derrubar!
-Pois não...
Foi aí que ela mostrou sua força... Me derrubou. E foi difícil manter a cabeça erguida e a opinião formada. Essa é a vantagem de estar no seu boteco preferido, com alguns de seus amigos preferidos. Esse feito aparentemente impossível, torna-se (a sua maneira, claro) fácil.
O sorriso e um abraço de uma mulher que pode ser considerada a faísca que acendeu o estopim dessa briga interna que travo relaxa consideravelmente o sistema nervoso já tão abalado. Ao belo estilo do Brasileiro mundialmente conhecido Popó, essa mulher uma vez não me deu um tapa de “presta atenção”, mas sim uma surra que lembra muito as práticas daquele tal capitão Nascimento. Nascimento mesmo, de uma vida nova, e melhor.
Outro fator importante na vitória dessa batalha foi a presença de um irmão. Encontra-lo e fumar e relaxar e relembrar e rir feito crianças alguns momentos antes foi algo que minha saúde também deve agradecer. E provou o quanto é homem e camarada ao me guiar enquanto vomitava saudade. E agiu à vontade, como só alguém que sabe o quanto é considerado age, ao gritar na minha orelha: “Bebe logo essa porra de água com gás, filho da puta!” (nossa, não acredito que o corretor do Word não reconheça a palavra “puta”!). Isso pode parecer estranho para uma grande parcela da sociedade, mas essa frase foi a pura demonstração de cuidado e carinho, digna de um irmão que sabe exatamente o que está acontecendo.
Nem sempre um ato puro assim precisa necessariamente partir de alguém que está presente no momento. Ao olhar para o resultado de minha ignorância que jazia no chão, entre meus pés, pude ouvir uma voz em minha mente falando insistentemente “Força guerreiro!”, nada como a Lei da Atração...
Já no carro, que na ocasião fazia o papel de ambulância, ou rabecão, talvez; quando já tinha-se partido para bem longe o pouco de dignidade que restava em mim e milhares de perguntas agonizantes rasgavam minha mente como uma faca quente na manteiga, ela encosta no meu ombro. Duas almas choraram juntas naquele momento. Não haveria palavras, não haveria música, enfim... Não haveria nada, absolutamente nada mais necessário naquele momento.
Me senti completo, e apesar dos fatos, lamentavelmente isso tudo é porque eu saí vitorioso! Poderia ter sido pior, mas não foi. Graças ao cuidado, o carinho, a afeição... Graças a tudo isso que, pra mim, é a mais completa definição do amor.